Carta aberta:

Precisamos falar sobre a dislexia

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Se você teve dificuldade para ler esse curto parágrafo acima, saiba que mais de 7,8 milhões de pessoas no Brasil têm dislexia e enfrentam dificuldades semelhantes na leitura. Estima-se que esse seja o número de pessoas disléxicas no País, o que corresponde a cerca de 4% da população brasileira.

A maioria dessas pessoas é subdiagnosticada e negligenciada no atendimento de suas necessidades educacionais específicas por ausência de políticas públicas, acesso precário à educação inclusiva e falta de conscientização social.

Alertar sobre essa questão é um dos principais motivos da realização da Semana da Dislexia, cuja décima edição será realizada entre os dias 4 e 11 de outubro de 2020. Inspirada no evento mundial Dyslexia Awareness Week, é uma semana em que todas as entidades brasileiras que trabalham pela causa intensificam sua disseminação no País.

Esta edição já é histórica, visto que 2020 tem sido desafiador para a sociedade em vários aspectos, entre os quais a educação é um dos maiores pontos de atenção das famílias durante a pandemia. O tema escolhido pelo Instituto ABCD no ano de 2020 foi “Dislexia sem mistério” e as atividades promovidas serão todas virtuais, incluindo o evento gratuito “Semana de atualização sobre a dislexia 2020” e uma campanha de conscientização nas redes sociais.

Para nós, do Instituto ABCD, este cenário abre espaço para fortalecer nosso trabalho de apoiar brasileiros e brasileiras com dislexia. Desta forma, aproveitamos a Semana da Dislexia para anunciar antecipadamente nossas metas para 2021:

1) Ampliar informação: disseminar o conhecimento sobre a dislexia, compartilhando ainda mais informações que reforçam a necessidade de implementar políticas públicas que valorizem o uso de ferramentas educacionais inclusivas; e estimular mais estudos e trocas com instituições e pesquisadores internacionais para acelerar trabalhos de educação favoráveis ao aprendizado de pessoas com dislexia;

2) Ampliar formação: atrair apoiadores para o programa de formação de professores “Todos aprendem”, visando a fortalecer práticas pedagógicas que favoreçam a aprendizagem de todos os alunos, inclusive aqueles com dificuldades de aprendizagem. Já capacitamos mais de 16 mil professores em sete anos e, para o próximo ano, definimos a meta de dobrar esse número;

3) Ampliar parcerias: atrair parceiros e Centros de Referência com o objetivo de multiplicar o conhecimento de qualidade sobre a dislexia;

4) Ampliar alcance de soluções: levar o aplicativo EduEdu, uma das principais ferramentas digitais de apoio à alfabetização e que tem sido bastante útil para as famílias durante o isolamento, para mais pessoas em todo o Brasil. Atingimos 250 mil downloads em dez meses e temos como meta ultrapassar a marca de 1 milhão de usuários até o final de 2021, firmando o app como uma ferramenta eficaz para o apoio ao ensino.

Esperamos que a experiência vivida neste ano permita avançar e fortalecer este debate, que é interesse de todos.

 

Instituto ABCD

Juliana Amorina – diretora presidente

Nicolas de Camaret – diretor executivo

Julia Braga – gerente de produtos e desenvolvimento